Promessas de fim de ano
Você já preparou as suas promessas de fim de ano? Não diria que é uma promessa, mas um desejo que tenho lapidado dentro de mim há algum tempo é o ímpeto de sumir das redes sociais e viver apenas respondendo e-mails, atendendo a telefonemas e, raramente, ver os amigos em confraternizações intimistas.
A solidão é um luxo; ou melhor, a solitude é um luxo. Nada me é mais valioso do que o tempo que passo a sós comigo mesmo imerso num mundo só meu. Quando quero ir a algum lugar, só vou. Não preciso de amigos, namorada, família ou o que quer que seja. Por vezes sou encarado e até julgado: Ele veio aqui sozinho? Vim, sim, senhorita – e digo mais; não há sensação maior de liberdade do que ir e vir quando quiser.
As redes sociais me são uma dicotomia antiga. Se você não é visto, não é lembrado; porém eu não sei se quero ser visto tanto assim, não! Eu lá sei qual são as intenções das pessoas que estão a me observar. É tudo uma grande vitrine e, cá entre nós, nem todos querem o nosso bem. Por vezes nos acompanham pela fofoca e ainda jogam energias negativas sobre as coisas que eventualmente acabamos por compartilhar.
O que tem vencido nos últimos meses tem sido uma exposição calculada e controlada; um perfil reservado com pessoas que eu gosto ou, de alguma forma, simpatizo. O outro, de janelas abertas, é usado quando quero falar com mais gente sobre algum assunto envolvendo a carreira acadêmica na área do direito ou a vida de escritor.
É estranho pensar num mundo desconectado, me é porém um desejo que a alma minha tem acalentado com muito ardor. Se algum dia eu sumir, me procure aos sábados no Jornal do Commercio, me mande um e-mail ou me ligue. Se você souber o meu endereço e vier bater na minha porta eu vou jogar água em você com uma mangueira.