Crônica

Entre versos, valores e gratidão

agosto 28, 2025 · Pedro K. Calheiros

Publiquei meu primeiro livro, O Amor em Quatro Versos, em 2015; foi a minha estreia na literatura, ainda precoce – confesso que queimei a largada. Os poemas eram simples, carregados de paixão, mais simbólicos do que técnicos, porém representaram o primeiro passo em um caminho de amadurecimento. 

Em 2017, Epifania Poética marcou esse crescimento, já revelando maior profundidade. E, em 2023, Crônicas de um Poeta Crônico trouxe minha estreia na prosa, que considero, de fato, a entrada definitiva na literatura, porque a crônica é meu território natural: o espaço onde gosto de habitar, onde a poesia e a filosofia encontram o cotidiano.

Mas, se hoje completo dez anos de trajetória literária, devo lembrar que nada disso teria sido possível sem duas presenças fundamentais: uma delas foi meu pai, Francisco Calheiros, cuja vida dedicada à palavra me ensinou que escrever é também resistir e deixar marcas no mundo. A outra, e a quem dedico este agradecimento especial, é a Irmã Leopoldina.

Foi no Centro Educacional Adalberto Valle que aprendi não apenas conteúdos, mas valores; fraternidade, cidadania, solidariedade e respeito. Essa formação escolar e humana moldou o ser humano que eu sou e ecoa em cada página que escrevo. Mais do que lições de sala de aula, recebi ali uma base de vida, que me acompanha até hoje.

Foi a generosidade da Irmã Leopoldina que tornou possível a publicação do meu primeiro livro. Ao custear O Amor em Quatro Versos, ela não apenas apoiou um adolescente sonhador: ela acendeu a chama de uma vocação. Aquele gesto não financiou só páginas impressas; inaugurou uma história que hoje completa uma década!

A gratidão é imensa porque sei que grande parte do que construí até aqui nasceu de um gesto de confiança lá atrás.

Em outubro, lanço A Dialética do Desejo, minha quarta obra, uma coletânea de crônicas que percorre o amor, o amadurecimento e o tempo. 

Dez anos depois, ainda me lembro de que tudo começou naquele auditório, com a bênção e o apoio da Família CEAV e da Irmã Leopoldina.

Publicado originalmente no Jornal do Commercio do Amazonas — o mais antigo e respeitado jornal impresso do estado, hoje o único a manter viva a tradição de publicar literatura.