Espiritualidade

Conversa fraterna

novembro 25, 2025 · Pedro K. Calheiros

Antes de iniciar as atividades do dia, resolvi arrumar alguns papéis velhos. Encontrei o registro de uma conversa fraterna do dia em que pisei na Fundação Allan Kardec pela primeira vez. Conheci a Doutrina Espírita ainda criança, quando acompanhava, sem entender nada, a minha mãe, católica, que gostava de assistir às palestras espíritas.

A data marcada era 17 de novembro de 2018. Um dia regido pelo 17 que vira 8, número do destino, número da consequência, número da construção. Um dia em que nada acontece por acaso. E, de fato, não aconteceu – foi quando visitei o lugar que se tornaria, diante do caos, o meu porto seguro com o desencarne do meu pai dois anos depois.

Estava andando de ônibus quando senti um chamado; uma voz me sussurrava algo que eu ainda não era capaz de compreender. Era o mês 11, ano 11, toda a numerologia indicava um despertar; o topo de alinhamento que abre caminhos quando a pessoa sequer consegue nomear o sentimento que a invade.
É curioso pensar que a semente foi plantada lá atrás; eu não entendia muita coisa, mas eu amava a sensação do passe e o gosto da água fluídica. Depois cresci, errei, voltei, quebrei, reconstruí. E, num dia marcado pelo 3 final da soma, número de revelação, eu retornei consciente. A porta era a mesma, mas eu não.

Daquele dia em diante, percebi que havia algo a ser feito. A doutrina deixou de ser um mero acaso e se tornou a base; é como se fosse a minha constituição pessoal, e todas as demais regras que inventei fossem normas infraconstitucionais. Certas datas não passam despercebidas. Elas inauguram o primeiro passo para mudar o nosso próprio mundo.