Encontro com um escritor
O vestido preto, como num sussurro, berrava em voz alta a dialética da misteriosa mulher. Seus traços, delineados pela maneira como ornava o próprio corpo, revelavam pistas da sua essência; até o momento, munido de poucas informações, ela me era um mistério completo.
O mundo ao meu redor perdeu o foco e o motivo não era a minha miopia, tampouco o colar que balançava entre os seios num convite à observação. A energia magnética tinha origem em sua ambição de dominar o mundo e mal sabia ela que os pilares da sua personalidade que enrijeciam o meu corpo eram imunes à sinestesia dos cinco sentidos.
“O que você está fazendo?”, ela me pergunta em referência ao guardanapo manchado com o seu batom e que agora virava papiro para a minha escrita.
“Estou a…