Crônica

Lisboa

fevereiro 20, 2025 · Pedro K. Calheiros

O sentimento ainda me é uma novidade, sobretudo pela promessa de eternidade que delineava os nossos traços; não tinha, até então, nada a dizer – mesmo que de sentimentos controversos o meu coração ainda esteja fervendo.

Nunca vou entender verdadeiramente a tua partida; os motivos me foram inconsistentes e a forma, cruel. A indiferença, meu amor, foi o golpe mais forte; era, porém, a dose de realidade de que eu precisava.

Hoje, melhor do que antes, vejo o quão foi salutar. Algo dentro de mim ficava a pensar sobre isso – mas, por crer que era apenas um sentimento bobo, deixava para lá.

Tua fala mansa e decidida no dia do fim me pegou de surpresa; te vi partir e me partir. Agora, mais reconstruído e mais racionalizado, te digo que, diante de todo o caos, tu não eras a única que já não mais queria um “nós” – porém, tu foste a parte que teve coragem de dizer adeus.