Poema
Soneto do amor como um teatro
Loucura minha foi te procurar;
no fundo eu já sabia onde chegar.
Na plateia procurei pela tua voz,
no breu gentil em que ficamos a sós.
Minhas mãos buscam hoje as tuas coxas,
que, ao se arrepiar, me contam tua história;
ficou guardada em minha poesia
e vive oculta nalgum canto da memória.
Pensando bem, percebo: tudo é vão.
Tua poesia, nua de sentido,
ressoa ainda como antiga canção.
E nunca é tarde para um beijo teu;
o amanhã será sempre lembrança
para este poeta que jamais te esqueceu.