Crônica
Quatro de paus
Quando a névoa, enfim, se dissolveu no espaço; um lindo jardim ganhou forma com lírios, tulipas e girassóis.
A tempestade se transmutou em poesia quando o contraste do segundo Sol iluminou a todos sem qualquer cerimônia. O olhar dela era o que meu coração, bobo, precisava; e, cá entre nós, o que seria da minha literatura sem o nosso farfalhar?
Ela era o meu primeiro Sol, é claro, já que seu brilho eclipsava qualquer outra estrela. Por muito tempo, porém, a fiz acreditar que era o segundo. Eu não queria que a musa se achasse tanto.
No fim, a loira cacheada estava mesmo perdida – e, para a minha felicidade, se encontrou na dialética dos nossos traços.