Crônica
Visita
A saudade foi mais aguda nas lacunas do dia que costumavam ser preenchidas com o som da tua voz. A vida seguiu, me distraí, e o que restou de nós se perdeu nas memórias que deixei de cultivar.
Até que num dia qualquer, a abrir um livro, voa no meu colo um bilhete teu; mania louca essa dos livros a de servir como máquinas do tempo. A de ressuscitar, sem aviso prévio, fantasmas que só ecoavam nos mistérios da minha escrita.
É engraçado como, a ocupar um parágrafo na minha escrita, essa mesma mulher um dia tenha se proposto a escrever comigo a história de um livro inteiro.