Conto
O pássaro azul
O pássaro azul não deve ter entendido nada quando, ao chegar mais perto, percebeu que o pássaro amarelo já havia feito morada em outro ninho. Eu era apenas uma brisa misteriosa, um carro sem placa, uma estrada sem direção. Todos os meus sinais eram confusos e a única coisa que eu deixava transparecer era que havia algo por dizer.
Sempre acreditei não haver qualquer maldade no voo livre. O meu pensamento mudou quando percebi que algumas aproximações poderiam suscitar sentimentos latentes; cogitar por cogitar não configura qualquer delito, mas por qual razão seria correto se expor à estímulos adversos?